junho 16, 2005

São como um cristal, as palavras.
Algumas, um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:barcos ou beijos, as águas estremecem.

Eugénio de Andrade, o poeta que me levava pela mão, a passear pelos sentidos dos outros.
Com ele aprendi a sensibilidade de um toque e de um beijo. O quanto as palavras podem ser, podem fazer, podem mostrar.
Mas cuidado, disse-me ele. Usa-as com cuidado e com todo o teu coração.
Ganham a vida que tu lhes quiseres dar. Mas bebem de ti. E a ti, voltam sempre.